sexta-feira, dezembro 21, 2007

Cantigas de outros tempos

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A minha farda velhinha
Toda fodida
De andar a arranhar
Hoje tenho uma nova
Feita na moda
Por estrear...
"
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"
Ele vai para a guerra
Deixa-lo ir
Ele vai para a guerra
Deixa-lo ir
Ai ai ai, que ele vai partir
Ai ai ai, que ele vai partir...
"
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Estas são apenas 2 excertos de muitas canções que são ou foram adaptadas para os militares. A primeira foi sempre ouvida e cantada quando o pessoal se juntava após o trabalho no bar e na caserna onde nos reuniamos em convivio, onde não havia distinção de quem era do norte, do sul, do leste e do oeste. Estavamos todos para o mesmo uns obrigados e outros por vontade própria. Mas naquele tempo existia algo que hoje em dia é cada vez mais raro (o amor a camisola em especial a pátria), a segunda foi me cantada pela minha antiga namorada e pelas suas amigas dias antes de embarcar para Timor Leste, apesar de não ser um teatro de guerra, foi uma missão de imposição de paz. Foi um momento que me marcou bastante.
Adriano

quarta-feira, setembro 26, 2007

Piadas de caserna I

O Exército decide conceder reformas antecipadas ao seu pessoal mais antigo. A regra é a de cada voluntário escolher dois pontos no seu corpo e receber 100 Euros por cada centímetro de distância entre eles.

Um oficial pede para ser medido, claro está, do topo da cabeça à pontinha
dos dedos dos pés. Ele mede 1,90 m e, portanto, recebe 19.000 Euros.

Um outro oficial, mais pequeno mas um pouco mais esperto que o primeiro,
pede para ser medido do topo da sua mão erguida sobre a cabeça até à ponta
dos dedos dos pés. Recebe 24.000 Euros.

Um terceiro voluntário, um velho sargento espertalhão, solicita:
"Meçam-me da ponta do meu pénis até aos meus testículos".

O oficial médico encarregue do processo explica ao sargento que essa ideia
pode não ser muito proveitosa. Mas o velho sargento insiste. Baixa as
calças e as cuecas e o oficial médico coloca a ponta da fita métrica na
ponta do pénis do sargento e começa a medir. De súbito, exclama:
"Meu Deus! Onde estão os seus testículos?"

O velho sargento responde:
"Em Angola."

segunda-feira, setembro 17, 2007

Inicio da vida militar como - Soldado Pronto

Escola Prática de Transmissões, Porto, Abril de 1999
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Após o fim da segunda parte da instrução militar (a especialidade) os militares do batalhão de instrução passaram a Prontos (designação dada aos militares que terminam com sucesso a fase de preparação para a vida militar).
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Ao terminar o periodo de instrução complementar, fui transferido da 2º Companhia de Instrução de Praças (2ºCIP) para a Companhia de Transmissões e Comando (CTC). Onde como militar do Serviço Efectivo Normal (SEN) foi atribuida funções numa shelter (cabine) de transmissões pertencente a companhia e passei a desempenhar funções como barista no Bar de Praças. Durante esses restantes 3 meses do SEN alem do dia a dia normal (companhia e bar) participei no exercício Frontera 99 em Beja.
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Frontera 99 foi um exercício militar entre tropas Portuguesas e Espanholas baseado num confronto entre os portugueses e os espanhóis, correu quase tudo bem excepto algumas coisas mas algo que ainda não deve ser divulgado, talvez mais tarde. Neste exercício participaram cerca de 500 a 600 militares de ambas as forças, algumas dezenas de viaturas tácticas (jipes, viaturas pesadas, entre outras). Um promenor fazer uma viagem Porto / Beja em coluna militar são 9 horas f*d*d*s e isto pela auto-estrada. Seja como for isto era na altura em que ainda a tropa ainda era tropa e ainda existia um ORGULHO em usar a camisola.
Adriano.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Eu aos 19, durante a instrução militar...


O inicio da segunda parte da instrução... a especialidade.

(Espingarda Semi-automática G3 de 7,62mm)
Oi ppl.
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Após o juramento de bandeira, fomos informados pelo comandante de pelotão que iriamos dentros de alguns dias iniciar a segunda parte da instrução ou seja a especialidade.
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Apenas nos disse para preparar-mos para as GAM - Ginástica de Aplicação Militar (mais conhecidas pela malta como Ginástica até a Morte). Apartir desse dia esperava-nos 7 semanas de treino fisico e psicológico mais intenso do que tinha-mos até ai passado.
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Até esse momento o treino fisico tinha consistido em cerca de 2 horas diárias de ginástica, a sempre presença da "namorada"(espingarda G3) conosco desde o raiar do dia até a noite e o ocasional passeio pela cidade do porto de noite completamente equipado (M64 completo (cinturão, suspensórios, mochila (com saco cama), mochilete, cantil, 2 porta-carregadores, kit limpeza G3, e sabre-baionete (faca com aplicação para G3) Capacete, sub-capacete, stick Camuflagem e como não podia deixar de ser a velhinha G3 (a minha era de 1973)).
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As GAM consistem em treino fisico em farda 3 (uniforme igual ao da foto do Pelotão (a chamada Farda de Trabalho) com arma. cada GAM tem em média uma duração entre 1 a 2 horas e é constituida por exercicios fisicos adaptados a realidade militar. Para alem das gam, tinha-mos treino de combate em áreas edificadas (combate urbano) treino simulado de helicopteros (simulado com cadeiras já que estou no exército português, não é preciso dizer mais nada) e como sempre de braços a fazer flexões. De resto como sou de Transmissões, o dia a dia fora instrução fisica era completo a ter aulas de transmissões, táctica militar, direito e deveres militares e afins (diga-se de passagem que a ultima parte era sem duvida a mais...).
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Daqui a umas semanas escrevo mais, agora vou de férias...
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Jimi

quinta-feira, julho 19, 2007

Juramento de Bandeira

O meu juramento de bandeira foi em 1999, este é de 2006. Mas dá para ficarem com uma ideia de como é a cerimonia.

Juramento de bandeira

Em Fevereiro após 5 semanas de árdua instrução. Atingimos o que eles chamam o apogeu da vida de um recruta o juramento de fidelidade á Pátria. Nesse dia juramos dedicar a nossa vida enquanto militares á nação. após este dia iniciamos a segunda parte da instrução a especialidade.
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O juramento consistiu no seguinte texto:
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Juro
Como português e como militar
Guardar e fazer guardar
A constituição e as leis da republica
Servir as forças armadas
E cumprir os deveres militares
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Juro
Defender a minha pátria
Estar sempre pronto a lutar
Pela sua liberdade e independência
Mesmo com o sacrifício da própria vida

Pensamento da semana....

Portugal sempre foi ingrato para os Soldados, embora seja uma Nação que se construiu, chapinhando no sangue dos seus heróis anónimos.


fonte:http://luisalvesdefraga.blogs.sapo.pt/2006/01/

quarta-feira, julho 18, 2007

quinta-feira, julho 12, 2007

A vida de um recruta...

Oi ppl.
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Desde já informo que isto não é uma espécie de queixa mas sim um relato veridico da realidade da instrução militar em 99.
Como já tinha escrito num post anterior sobre o início da minha vida como militar do exército.
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Para uma ultima informação o meu pelotão era constituido por 53 homens, 1 mulher e 4 instrutores (um tenente, um primeiro sargento, uma segundo sargento e um furriel)
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Após a incorporação iniciei as primeiras 5 semanas de instrução. O dia a dia era controlado por um horário algo rigido.
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Foi algo do género:
07h00 - alvorada
07h20 - pequeno almoço
08h00 - formatura em frente a companhia
08h20 - formatura na parada
08h40 - inicio da instrução
12h10 - fim de instrução (horário da manhã)
12h20 - formatura para almoço e periodo de descanso entre instruções
13h40 - formatura em frente a companhia
14h00 - formatura na parada
14h20 - reinicio da intrução
17h20 - fim de instrução (horário da tarde)
18h20 - formatura para jantar
19h00 - formatura em frente a companhia
19h20 - instrução nocturna
22h00 - fim de instrução
23h00 - toque de silêncio e rocolha as casernas
Por vezes a instrução prolongava-se até mais tarde chegando a prelongar-se até as 04h00, as 07h00 começava um novo dia.
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O treino físico e as "praxes"
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Como indiquei anteriormente em outros post iniciei a carreira militar em janeiro de 1999, ou seja no pico do inverno. O exército fornece aos seus militares o seguinte equipamento desportivo 3 t-shirts brancas, dois calções brancos, 3 pares de meis brancas e um par de sapatinhas impróprias para a prática desportiva tambem brancas. O treino físico era diário normalmente ao primeiros tempos da manhã das 08h20 ás 10h00 restando para os 53 militares 20 minutos para tomar banho de água fria e se fardarem, o treino fisico era independente do estado do tempo chuva, frio, sol ou calor era igual. Quanto as "praxes" normalmente se faziamos algo errado o que ao inicio era constante era ordenado que enchece-mos (flexões) normalmente onde houvesse mais água no chão ou onde houvesse picos e pedras, enquanto executavamos o exercicio indicado normalmente havia um dos instrutores que nos corrigia com pontapés ou algo parecido, era como eles diziam treino dificil combate facil. Uma pequena nota a excepção do treino fisico tinhamos sempre a nossa "namorada" conosco, para quem não souber a namorada era a velhinha G3.
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Dentro de dias colocarei algumas fotos desse tempo.
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Jimi

quinta-feira, junho 07, 2007

O inicio de uma jornada...

A 11 de Janeiro de 1999, iniciei a minha carreira militar na Escola Pratica de Transmissões.

Nesse dia passei a ser conhecido como Soldado Recruta 2117 Rocha (2 - 2ºCompanhia de Instrução de Praças (CIP); 1 - 1º Pelotão; 17 - era o numero 17 de 53 Praças).

Apartir desse dia esperavam-me 5 semanas de recruta e mais 7 de especialidade.

Jimi

sábado, abril 28, 2007

Informações...

Olá a todos, dentro em breve irei se tudo correr bem começar a colocar posts sobre a minha carreira militar. Sou militar a cerca de 8 (oito) anos e ainda tenho pelo menos mais 2 pela frente.

Adriano a.k.a. Jimi

Cadj RC